domingo, 16 de setembro de 2012

Primeiros dias em Londres

London Eye com iluminação especial
Passamos o Natal e Reveillon em Londres (2011/2012). A cidade estava toda iluminada e decorada!
Quem me conhece sabe que eu amo o Natal, as luzes, as árvores, a decoração, etc...
Logo que chegamos fomos andar pela Oxford Street, pois minha irmã morava bem perto, e a rua estava linda, toda enfeitada para o Natal. A Oxford é uma rua "famosa", super movimentada, com restaurantes, pubs, prédios comerciais e lojas, muitas lojas. Todas as marcas, famosas e não famosas, estão lá, as lojas de departamento também. 

A virada foi na London Eye, junto com milhares de pessoas! A London Eye recebeu uma iluminação especial para o Ano Novo. Mudava de cor (rosa, vermelha, azul, parta, amarela, verde...) e arrancava suspiros da platéia a cada nova iluminação! A queima de fogos foi maravilhosa!!! Acho que nos 20/30 minutos da queima até me esqueci do frio!

Não dá para descrever a beleza dos fogos, em verdadeira harmonia com as diferentes cores da iluminação da Roda Gigante... Deslumbrante, emocionante... Um momento mágico, único, que não vou esquecer...

Mas preciso confessar que foi difícil aguentar o frio na madrugada do inverno londrino rsrs
London Eye

Foi fácil chegar ao local dos fogos, os metros estavam  "preparados" para o Reveillon, mas a volta foi difícil, metro lotado, uma multidão nas estações, mas assim mesmo nos divertimos bastante!
Como ficamos muitos dias na cidade, tivemos tempo de conhecer muitas coisas, mas quero voltar para conhecer outras tantas atrações que há na cidade.

Fizemos a programação para "turistas", claro, mas também fomos a lugares que são mais frequentados pelos "nativos" do que pelos turistas, por orientação da minha irmã e meu cunhado.

Bom, vou citar alguns lugares que conhecemos na capital inglesa:

1- Museu Britânico: é maravilhoso! São 4 km de galerias. Lá vimos a Pedra da Roseta e centenas de outras coisas incríveis! A biblioteca do museu, chamada "biblioteca do Rei" é enorme. Para quem gosta  de livros não dá para não visitar. Claro que não vimos tudo, impossível fazer isso em um único dia, mas  vimos a parte da cultura grega e não consigo imaginar o quanto vale aquilo tudo... Os gregos até hoje reclamam a retirada das obras da Grécia e acho eles estão certos...

Entrada do Palácio de Buckingham
2- Palácio de Buckingham: residência oficial da rainha. Um dos pontos mais visitados em Londres, por turistas e não turistas. Não vimos a troca da guarda, não tivemos disposição para acordar cedo no inverno... Mas quem já viu disse que é interessante!


Hyde Park




3- Hyde Park: o maior parque de Londres. Estava quase todo coberto de gelo... Árvores, plantas, animais, lagos, etc... deve ser lindo na primavera!

NATIONAL GALLERY



4- National Gallery: lá está uma das melhores coleções de arte do mundo. A gente ama museus e por isso passamos um bom tempo apreciando as obras...



5- Catedral de St. Paul: localizada na "Wall Street" de Londres. Pena que fomos antes dos protestos desse ano (rsrsr). A catedral é linda! Vale conhecer!



TORRE DE LONDRES
6- Torre de Londres: passamos horas lá, vendo tudo, aprendendo... Saímos só na hora de fechar. Vimos uma exposição sobre a Idade Média e a exposição de jóias da Coroa. A Torre foi construída no século XI e lá Ana Bolena e outras figuras históricas ficaram detidas até a morte (visitem o Corredor da Morte). Tem muita coisa para ver lá... Só a existência da Torre (que é enorme), construída há tantos séculos, no meio de uma cidade ultra moderna, já chama muito atenção. Tem que visitar! 


7- Abadia de Westminster: dispensa comentários...


8- Regent's Park: um dos mais belos parques de Londres. No Natal há uma feira incrível, Feira de Natal do Regent's Park, com parque de diversão, "barraquinhas" de comida, café, chás, etc... Lá nos almoçamos na "barraquinha"do Jamie Oliver (rsrs). Dá para imaginar como são as "barraquinhas", né? É muito divertido! E a comida do Oliver realmente é muito boa.

Regent"s Park/Jamie Oliver
No Regent's Park fica a "speach corner", uma esquina onde as pessoas fazem discurso ao ar livre; elas falam o que querem, em voz alta, e começam a debater com quem passa ou está por ali. Vão se formando "rodas de discussão" em volta do "debatedor" e em pouco tempo são formados vários círculos de debate. Algumas pessoas levam "banquinhos" para ficarem mais altas, em destaque... Política, religião, economia, tudo é discutido lá, ao mesmo tempo, só não vale falar mal da Rainha (rsrs). 

Claro que algumas pessoas ficam falando sozinhas, o que é no mínimo diferente para nossa cultura (imagine uma pessoa em cima de um banco falando alto e sozinha num parque?), mas lá isso é nomal. 
Quando falamos para minha irmã que estivemos lá ela riu e disse que realmente somos turistas diferentes, pois ela recebe muita gente na casa dela e ninguém nunca foi lá... Perderam! Nunca tinha visto isso em nenhum outro lugar rsrs.

9- Aquário:  nunca tinha visitado um aquário, foi bem legal. É tudo muito bem feito e o visual é lindo.

Vista da London Eye
10- London Eye - vale a pena "passear" na Roda Gigante. A vista é linda! Uma dica é comprar ingressos "casados", que incluem também o Aquário, Madame Tussaud (museu de cera) etc... Sai mais barato do que comprar as entradas separadamente.

Com o ingresso você pode assistir a um vídeo 3D sobre a London Eye. É rápido, mas é muito legal! Vale a pena pela qualidade das imagens e pelos efeitos!

Nós compramos os ingressos London Eye e Aquário. Por mais famoso que seja o Madame Tussaud não tenho a mínima vontade conhecer... Bonecos de cera não me atraem...

Não posso deixar de falar que até o dia 05 de janeiro a cidade estava lotada, tinha fila para tudo e uma multidão andando nas ruas... Viajar nessas datas tem prós e contras. Tivemos que ter um pouco de paciência...

Nem preciso falar que a gente andava muito, o dia todo... Por isso conhecemos Londres de dia e de noite!

Vou parar por aqui... no próximo post outras informações!
Algumas fotos para vcs! 


sábado, 15 de setembro de 2012

Londres, minha capital preferida

"O homem que se cansa de Londres se cansa da vida, pois em Londres se encontra tudo o que a vida pode oferecer".  Samuel Jonhson

Desde muito pequena eu sempre gostei de viajar, mas nunca pensei que fosse ter a oportunidade de conhecer tantos lugares diferentes. E, por achar que faria poucas viagens, "selecionei" os lugares que queria conhecer (e ainda quero) um dia: na Europa, Itália e França; na América do Sul, Peru e Chile e na África, o Egito. 
Com o tempo, percebi que teria a oportunidade de aumentar minha lista (rsrs), então foram incluídas a Espanha, a Holanda, a República Checa, Rússia e China.
Estou no lucro, pois muitos desses lugares eu já conheci e muitos outros, que jamais sonhei em visitar, hoje fazem parte das minhas lembranças.
Big Ben
A Inglaterra, assim como Berlim, nunca fez parte da minha "lista", tanto que só fui conhecer porque minha irmã estava morando lá. 
Pela primeira vez viajei sem levar um guia, sem saber o que esperar de uma cidade. Fui apenas com as informações que quase todos nós temos e nada mais... 
Mas Londres é incrível!!! Cultura, diversão, arte, o contraste do mundo antigo com o que há de mais moderno, ruas limpas, organização, transporte público eficiente, pessoas solicítas (sim, os ingleses podem ser "frios", mas são solícitos e muito, muito educados). De repente me vi apaixonada pela cidade. 
Tower Brigde
Não sei como deve ser morar lá, por causa do clima, mas passar alguns dias na "capital do mundo" foi maravilhoso.
Estou apaixonada por Londres. Lá existe a modernidade das grandes metrópoles, mas tem também o charme da Europa e esse contraste me encantou.
Passamos dias muito divertidos lá: museus, parques, pubs, lojas, mercados, tudo de bom está lá.
London Eye iluminada para o Reveillon
Não é possível comparar com NY. Londres é muito melhor... Tudo que tem em NY tem lá: museus incríveis, lojas modernas, etc... mas em Londres não tem a sujeira da NY, as pessoas são educadas, o metrô funciona muito melhor (e é limpo, extremamente limpo),  e ainda tem a Tower Brigde, a London Eye, Palácio de Westminster, a Torre de Londres, e muito mais...


 Perfeito para mim!


domingo, 9 de setembro de 2012

BERLIM

Passamos dias inesquecíveis em Berlim! Acho que os posts anteriores demonstram isso... 
Alguns lugares, além dos que já mencionei anteriormente, não podem deixar de serem visitados, entre eles:
1- Portal (Portão) de Brandemburgo - visitamos de noite e voltamos na manhã seguinte. Foi erguido em 1791, tem 46 metros de extensão e cerca de 04 metros de altura.  Foi construído por causa de uma vitória prussiana, tornou-se  "ícone" da reunificação da Alemanha.

2- Memorial do Holocausto (ou Memorial aos Judeus Mortos da Europa). Fica bem próximo do Portal de Brandemburgo, dá para ir a pé. São 19 mil metros quadrados de blocos de concreto, que parecem um "campo" feito de pedras... É bem interessante.
3- Museu da DDR: é o único museu que retrata a ex-RDA. Confesso que nunca tinha ouvido falar neste museu, mas o Humberto sim e por isso fomos conhecer! A vida no lado oriental, a Stasi, os pontos positivos e negativos da RDA, etc... Confesso que minha visão sobre como viviam os alemães na ex-RDA foi modificada depois de ter passado por ali. Carros, apartamento, prisão, roupas e muitas outras coisas são retratadas no museu. E não é só isso, você pode "pegar", "ver com as mãos", brincar, no museu que, ao que parece, é o mais interativo do mundo! 

4- Andar pela Avenida Karl-Marx: mesmo se você não for comunista (rs) vale a pena conhecer, andar pela avenida, ver as construções. É possível ver a Torre de Televisão (um dos símbolos da cidade, construída pela RDA). Na verdade, a Torre pode ser vista de vários pontos da cidade.
5- Alexanderplatz: dispensa comentários. Mas o que chama a atenção é um grande McDonald's na praça...rs Por isso nem vou postar a foto tradicional da Alexanderplatz, preferi mostrar um símbolo do capitalismo na Praça, algo impensado em outros tempos...
6- Marx-Engels Fórum: situado na margem oriental do Rio Spree, é um parque que possui a estátua de Marx e Engls (a foto está no primeiro post sobre Berlim) e ainda possui uma parede com cenas da história do socialismo alemão. Para descansar e aprender...
7- Rotes Rathaus
8- Museu da História da Alemanha
9 - Topografia do Terror: passaríamos dias lá lendo tudo... Imperdível!!! É um centro de documentação construído no local onde estavam os quartéis-generais da SS e da Gestapo.  Lá, mais de 15 mil pessoas, adversárias do nazismo, foram aprisionadas e torturadas.  Foi construído com o objetivo de servir de lembrança dos horrores praticados na época.

10- Reichstag: infelizmente não conseguimos entrar, mas se estiverem por lá não percam a oportunidade... parece ser maravilhoso!
11- Potsdamer Platz Sony Center: para os amantes de tecnologia, uma das maiores lojas da Sony do mundo!
12- Andar pela cidade, mesmo no frio... curta as avenidas, a arquitetura, as praças, etc. Não deixem de saborear a culinária, é uma delícia! E para quem gosta de cerveja, lá é o lugar rsrsr

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A pequena distância entre Sachsenhausen e os CDPs capixabas


Quando visitamos o campo de concentração Sachsenhausen, além do que escrevi no post anterior, fiquei muito perplexa (não sei se essa é a palavra ideal, mas é a que me veio a cabeça agora) quando li e ouvi (por meio do áudio-guia) sobre os procedimentos aplicados aos prisioneiros.

Quando os prisioneiros chegavam ao campo, recebiam um uniforme, seus pertences pessoais ficavam retidos, passavam por um processo de higienização, o cabelo era raspado (e, segundo o relato de um dos sobreviventes, essa foi uma das piores coisas que poderiam ter lhe acontecido quando chegou, pois o cabelo, naquele local, era a única coisa que preservava sua individualidade),  permaneciam por um período isolados e, com o tempo, alguns podiam receber cartas, mas estas chegavam abertas.

Os procedimentos eram muito rígidos: todos andavam em filas, de cabeça baixa e qualquer ato que configurasse desvio de conduta era severamente punido.

Alguns prisioneiros podiam jogar xadrez. O jogo, usado como forma de  recreação, era admitido porque auxiliava na manutenção da disciplina.

Confesso que ao tomar conhecimento dos procedimentos acima eu fiquei em “choque”, não só por estar visitando um campo de concentração nazista e vendo de perto todos os horrores cometidos ali, mas, principalmente, por perceber que tais procedimentos são muito, mas muito, semelhantes aos procedimentos existentes no Centros de Detenção Provisória (CDPs) do Espírito Santo.

Como já mencionei, um dia antes de visitar Sachsenhausen eu me senti mal, mas estar ali foi muito pior do que eu pensei, e foi ficando pior a cada narrativa, a cada lição que eu ouvia do guia… Na verdade, apesar de estar tão distante do meu estado, eu só conseguia pensar no ES.

Fiquei muito mais incomodada naquele lugar do que imaginei na noite anterior e, por muito tempo, não falei uma palavra até que as semelhanças ficaram tão grandes que tive que comentar com o Humberto e, para minha surpresa, a opinião dele não era diferente da minha.

 O que eu pensei que seria o meu “encontro com o passado” tinha se transformado na “surpresa do presente”. Eu não estava visitando um lugar totalmente novo para mim…

Ali, naquele dia, uma frase de Marx fez muito sentido para mim. Dizia Marx que a história se repete, ora como tragédia e ora como farsa. Posso afirmar que a tragédia de Sachsenhausen se repete na farsa que são os CDPs capixabas.

Claro que não temos as câmaras de gás, mas temos uso excessivo de gás de pimenta... Torturas e maus tratos são denunciados quase que diariamente, além de diversas outras violações de direitos humanos e os procedimentos, previstos em portarias estaduais, parecem que foram copiados de lá.

A história está se repetindo aqui, com o discurso falacioso da "ressocialização", da segurança pública e com as inúmeras propagandas do governo no sentido de que os presidios são ótimos espaços destinados à recuperação do preso.

Aliás, o governo nazista também fazia propaganda sobre os campos de concentração. Eles eram “apresentados” como um local onde o prisioneiro tinha alimentação de boa qualidade, trabalhava, praticava exercícios físicos, etc… e a população acreditava no que era divulgado...

Até nisso somos parecidos. Vejam o video e lembrem-se das propagandas do nosso governo, da "ressocialização", das fotos dos detentos trabalhando, estudando, etc. É a mesma coisa!

E lá, diante daquilo tudo, percebi com muito mais clareza a nossa triste realidade, percebi que Sachsenhausen está muito mais próximo de nós, capixabas, do que eu poderia imaginar. Infelizmente.

sábado, 1 de setembro de 2012

Sachsenhausen e a "arquitetura da destruição"



A entrada do campo
Berlim foi muito mais uma aula de história do que uma viagem de férias. Depois de visitarmos vários museus, no último dia, ainda sem tempo de "digerir" tudo que vi e li, fomos visitar Sachsenhausen, o primeiro campo de concentração construído nos moldes da "arquitetura da destruição" e que serviu de modelo para os outros campos. Esteve ativo desde meados de 1936 a abril 1945.

Confesso que um dia antes de visitar o campo de concentração eu me senti mal, pois sempre li sobre o nazismo, vi diversos filmes e sabia que não ia ser fácil para mim ter o que chamo de “encontro com o passado”. 

Nos museus já me emocionava vendo os uniformes, os objetos, as fotos, etc. e confesso que sonhei, na noite anterior à visita, com tudo aquilo que tinha visto e com o que eu poderia ver.

Bom, acordamos e tentamos fazer uma visita guiada, pegamos as indicações sobre a visita no hotel e fomos nos encontrar com os guias (há várias visitas guiadas e é muito fácil pegar as informações nos hotéis). Infelizmente não havia o número de pessoas suficientes para o "tour" (apenas eu, Humberto e uma outra pessoa) e por isso fomos sozinhos, de trem, seguindo as indicações dadas pelo guia. 

O campo fica a 35 km de Berlim, na cidade de Oranienburgo, aproximadamente 01 hora de viagem. Chegando na estação, seguimos de táxi até o campo, mas voltamos a pé, fazendo o mesmo caminho feito pelos judeus, ciganos, homossexuais.... Foi o verdadeiro "caminho da morte" para muita gente. As pessoas seguiam sem saber para onde iam e muito menos sem saber o que as esperava.

As milhares de pessoas que passaram por este caminho foram hostilizadas pelo moradores da cidade.  Muitos moradores jogavam pedras, "xingavam" e humilhavam aquelas pessoas, numa demonstração clara de que muitos alemães apoiavam a insanidade nazista.

O portão de ferro com a frase "O trabalho liberta"
Antes de entrarmos alugamos um áudio-guia para facilitar nossa compreensão sobre como funcionava o campo (aconselho o aluguel). Já na entrada comecei a perceber que minhas expectativas seriam extrapoladas... Além das informações técnicas do "guia", podíamos ouvir a narrativa daqueles que sobreviveram ao campo.

Quando o ouvi o primeiro relato de um ex-prisioneiro, logo no grande portão de ferro da entrada principal, que contém a frase "o trabalho liberta", narrando sua chegada a Sachsenhausen, percebi que seria uma dia de muitas reflexões...

o gelo no chão do campo
O frio que fazia naquele dia e o gelo no chão reforçava a idéia que tenho do sofrimento das pessoas que estiveram ali, pois não havia aquecedores nos alojamentos (claro!), os pijamas/uniformes eram de um pano "leve" e obviamente não havia gorros e luvas. As 16h, quando saímos de lá, já parecia noite e o frio, mesmo com minha roupa adequada para o inverno, era quase insuportável.

o uniforme usado pelos prisioneiros
Muitos morreram de frio ou de doenças decorrentes do frio, da falta de alimentação, do trabalho forçado. Outros sufocados nos alojamentos superlotados, muitos foram fuzilados, torturados e outras tantas pessoas foram mortas nas câmaras de gás.

Havia no campo não só câmaras de gás, mas também de fuzilamento. As pessoas que eram encaminhadas para tais locais, de caminhão, recebiam uma roupa nova e eram informados de que iam para uma consulta médica,  ou seja, uma crueldade sem fim...

Estação Z
Estação Z era o nome do local do fuzilamento, na verdade o nome é fruto de uma "brincadeira" feita pelos oficiais, pois os prisioneiros entravam no campo pela Torre A e terminavam na Zona Z, sem vida.

As câmaras de fuzilamento possuíam camadas duplas de parede e o som do fuzilamento não era ouvido no campo, além disso, havia música no local para evitar o som dos tiros. 

Não há registro de fuga, pois quem pisasse na zona neutra era fuzilado, ainda havia arrame farpado, cerca elétrica, guardas, e era impossível escapar. As tentativas de fuga eram castigadas com a morte no centro do campo, na frente de todos, para servir de exemplo. Se houvesse suspeita de a fuga era tentada por desejo de morrer, o prisioneiro levava tiros nas pernas, braços e mãos e era levado de volta ao campo.

Quem não cumprisse os procedimentos do campo era severamente torturado. Uma das formas de tortura era colocar o prisioneiro em cela minúscula, pendurado por horas com os braços voltado para trás; com isso o braço era deslocado e dor era terrível, insuportável.

As "bandeirinhas" que identificavam os prisioneiros
Também há os locais de experimentos médicos. Muitas pessoas, entre elas crianças, foram contaminadas com alguns vírus para que fossem testados medicamentos e vacinas. Contaminados, fatalmente morriam.

Os prisioneiros eram identificados com uma "bandeirinha" colorida presa ao uniforme, havia uma cor específica para diferenciar judeus, homossexuais, ciganos, religiosos, etc... Uma pessoa podia receber mais uma bandeira.

O cenário é de dor, tristeza, angustia, revolta... As vezes era difícil acreditar que o ser humano foi capaz de tanta atrocidade e crueldade...

Não tirei fotos de muitas coisas e até escrever esse post foi difícil para mim, mas acho que são suficientes para terem uma idéia do que vi por lá.

 Há um museu em Berlim chamado Topografia do Terror (imperdível) e o nome não poderia ser mais apropriado, que tem muitas informações sobre o nazismo, caso não possam visitar o campo, conheçam o museu.

Mas, por fim, não posso deixar de registrar que havia propaganda - patética - do governo alemão sobre os campos de concentração, com vídeos, afirmando que os prisioneiros trabalhavam, faziam exercícios físicos, se alimentavam bem, etc... e com isso a maioria da população acreditava nas "boas intenções" do nazismo...